Você certamente já conhece o Twitter.
Agora o Yahoo lançou o Meme, uma ferramenta parecida com o Twitter, mas com opções mais flexíveis. Dá para postar vídeos, fotos e áudio, além de ter mais espaço para escrever.
É muito interessante, confira aqui o nosso Meme e já fique por dentro de mais essa novidade da internet:
http://meme.yahoo.com/discolivros_sebo_virtual/
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Ana
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domingo, 20 de dezembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Quem nunca ouviu a velha frase “não julgue o livro pela capa”? Isso deve valer para muitas pessoas, mas raramente vale para os livros. A capa diz muito, sim senhor. Alguns sinais externos podem indicar-nos sobre o conteúdo, e é sobre isso que pretendo escrever nesse primeiro post.
Mau Gosto Tipo 1: Os Livros Falidos
A capa pode nos alertar, por exemplo, para uma classe de livros que eu chamo de falidos. Muitas vezes são publicações independentes, financiadas pelos próprios autores – porque nenhuma editora as considerou vendáveis. Salvas as raríssimas exceções, tenho visto que o conteúdo destas publicações são de uma qualidade deprimente, contendo erros de gramática assustadores. Podem ser livros de poesia, romances ou mesmo ensaios ou autobiografias. Mas como identificá-los?
A lista a seguir elenca os principais indicativos de um livro falido. Assim, se você é um escritor estreante, cuide para não cometer esses erros na capa, sob pena de enterrar sua carreira nas profundezas da Terra.
1. Cores bregas:
A escolha de uma cor pobre ou inapropriada, assim como uma combinação atrapalhada de tons, pode dar ao livro uma aparência desinteressante ou mesmo desagradável. O termo que uso para isso é “brega”, por falta de palavra melhor.
2. Pixels visíveis:
Provavelmente, esta é a maior prova de incompetência de um capista. Você vê que a imagem de capa foi ampliada a partir de um original minúsculo. A versão final é quadriculada, desagradável à vista. Indica amadorismo.
3. Letras sem formatação especial
Se você nota que o título está escrito com uma fonte corriqueira, sem efeitos de sombra, variação de cores ou uma estética temática, imagina-se que nenhum profissional de design (dos milhares que estão por aí) se prestou a fazer o serviço. Isso é um mau sinal.
Para se ter uma idéia de como a escolha da fonte pode definir a qualidade de uma capa, confira o Book Cover Archive. O site tem mais de 1100 capas, um ótimo lugar para quem busca inspiração.
4. Montagens recortadas
Mesmo quem não é especialista em design pode notar certas dinâmicas frustradas nas capas dos livros. Não existe uma regra muito definida para identificar o mau gosto nesta área, mas uma boa dica é se perguntar: “isso parece profissional?” Se a resposta for não, você sabe o que esperar do conteúdo.
Capas bem feitas? Clique aqui.
Capas criativas? Veja algumas aqui.
5. Editora desconhecida ou inexistente
Procure o nome da editora. Se o logotipo for estranho, ou se seu nome for desconhecido, desconfie. Se, ao invés de editora, for mencionada a gráfica ou a distribuidora, largue o livro imediatamente. No caso de o livro ser uma edição do autor (ou seja, sem editora), a situação é ainda mais perigosa: deposite o exemplar no chão com muito cuidado e afaste-se com passos lentos, sem demonstrar sinais de nervosismo.
Se você não entende muito de editoras, entre aqui e veja a listagem das principais empresas brasileiras neste ramo.
Mas atenção: existem exceções, e elas são numerosas. Muitos livros têm capas horríveis, e conteúdo primoroso.
Mau Gosto Tipo 2: As Capas Inapropriadas
A Círculo do Livro, editora já extinta mas de grande importância para a formação dos leitores brasileiros da década de setenta à de noventa, é uma das minhas preferidas quando o assunto é capas de mau gosto. Já ouvi dizerem que a Círculo do Livro tinha as melhores encadernações do mercado (seus livros eram todos lançados em capa dura), mas que também tinha as piores traduções. Não sei se isso é verdade, mas é fato que a maioria de seus livros traziam na capa uma mulher com pose sensual, praticamente não importando a temática da obra. Por mulher, leia-se “jovem sexy”, e de preferência mostrando alguma parte do corpo ou sugerindo um clima sexual. Catei alguns exemplos:
A política da Círculo do Livro era: qualquer livro vende mais com uma mulher atraente na capa. Como a editora faliu, podemos concluir que isso não é um bom negócio. Outras editoras faziam o mesmo entre os anos 60 e 80, embora hoje já tenham alterado sua tática. Veja algumas capas da Record, com insistentes sugestões de sexo:
E, por fim, selecionei algumas das capas mais estranhas da Círculo do Livro:
Um padre velho caminhando, quem imaginaria algo tão brochante para a capa de um thriller como O Advogado do Diabo? E o que dizer de um título como O Beijo da Mulher-Aranha, que por si só já ilustra a imaginação do leitor, mas que se torna redundante e até mesmo ridículo com a imagem deste travesti-aranha de fundo. Alguém Espia nas Trevas é um título que poderia causar suspense, mas o gorducho com uma boina na cabeça espiando estupidamente pela janela na capa acima desfaz o clima de mistério e deixa em seu lugar um ar patético.
O mais bizarro, entretanto, eu deixei para o final: Monsignore. Sem comentários...
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
As cores em "O Vermelho e o Negro", de Stendhal
Tenho a impressão de que muitos leitores de O Vermelho e o Negro nunca chegaram a descobrir a razão deste título. Resolvi falar um pouco sobre isso.
Julian Sorel, protagonista desta obra de Stendhal, media os progressos de sua vida comparando os passos que trilhava com os de Napoleão Bonaparte, seu ídolo inspirador. Possuía até mesmo um retrato de Napoleão ao lado de sua cama. Se o famoso militar francês elevara-se ao posto de general aos dezoito anos, Julian impunha a si mesmo imitar-lhe a grandeza dos feitos e também os prazos com os quais os realizara. Afinal, seu sonho era encarnar o heroísmo e a fama quase mitológica de Napoleão.
Não é preciso observar o quão prepotente era o jovem Sorel. Hoje em dia, nós o encaminharíamos ao terapeuta; e quem leu O Vermelho e o Negro deve se lembrar dos atritos familiares que Julian sofria com freqüência. De qualquer forma, isso tudo não explica o título da obra – o que eu me propus a fazer.
Falemos, então do vermelho. Já há séculos, a cor vermelha tem sido a cor da revolução. Ela representa o conjunto de idéias críticas e inovadoras, muito mais do que simplesmente uma política de esquerda, e que conduz a atitudes pujantes e agressivas (lembrando que o comunismo, pelo menos como nós o conhecemos, não existia naquela época). No tempo a que me refiro, o vermelho era a cor da Revolução Francesa assim como a do Império Napoleônico.
Nos dias em que transcorre esse romance de Stendhal, o Império Napoleônico já havia caído, e a velha instituição monárquica da França (a mesma que tinha vigência antes da Revolução) havia retornado ao poder no país. Ou seja: o tempo dos revolucionários havia passado, e reinava a ideologia conservadora, subordinada à monarquia. Gostar de Napoleão, então, tornou-se de péssimo tom. Quem demonstrasse suas tendências revolucionárias teria sérias dificuldades em manter seus contatos sociais.
E é aí que chegamos no ponto central de O Vermelho e o Negro: a dissimulação de Julian Sorel. A fim de ascender socialmente, o jovem esconde suas verdadeiras idéias sobre a vida a fim de adaptar-se ao meio social. Ele chega a tornar-se padre, recebendo assim as graças e condecorações de seus superiores, ainda que seus ideais fossem inteiramente opostos à vida devota. Utilizando-se dessas táticas, Julian emerge de uma origem pobre e alcança os altos salões da aristocracia francesa. Não irei me dedicar aqui a comentar as suas táticas dissimulatórias com o sexo feminino – pois esse assunto renderia comentários o suficiente para outra postagem.
Assim, se o vermelho é a cor da revolução, dos ideais ousados e obstinados, a cor preta representa o conservadorismo; é a cor da batina – possível símbolo da instituição mais conservadora da História. Julian Sorel é uma contradição, assim como todo cafajeste: ele tem, em si, o vermelho e o negro, nitidamente opostos, mas que convivem por um objetivo maior: o seu triunfo na vida.
Agora, se ele chegou a triunfar... bem, para isso é preciso ler o livro. Não irei estragar o final! Provavelmente, o desfecho de O Vermelho e o Negro é o único momento onde Julian vive, realmente, o seu lado revolucionário – da pior forma possível.
Julian Sorel, protagonista desta obra de Stendhal, media os progressos de sua vida comparando os passos que trilhava com os de Napoleão Bonaparte, seu ídolo inspirador. Possuía até mesmo um retrato de Napoleão ao lado de sua cama. Se o famoso militar francês elevara-se ao posto de general aos dezoito anos, Julian impunha a si mesmo imitar-lhe a grandeza dos feitos e também os prazos com os quais os realizara. Afinal, seu sonho era encarnar o heroísmo e a fama quase mitológica de Napoleão.
Não é preciso observar o quão prepotente era o jovem Sorel. Hoje em dia, nós o encaminharíamos ao terapeuta; e quem leu O Vermelho e o Negro deve se lembrar dos atritos familiares que Julian sofria com freqüência. De qualquer forma, isso tudo não explica o título da obra – o que eu me propus a fazer.
Falemos, então do vermelho. Já há séculos, a cor vermelha tem sido a cor da revolução. Ela representa o conjunto de idéias críticas e inovadoras, muito mais do que simplesmente uma política de esquerda, e que conduz a atitudes pujantes e agressivas (lembrando que o comunismo, pelo menos como nós o conhecemos, não existia naquela época). No tempo a que me refiro, o vermelho era a cor da Revolução Francesa assim como a do Império Napoleônico.
Nos dias em que transcorre esse romance de Stendhal, o Império Napoleônico já havia caído, e a velha instituição monárquica da França (a mesma que tinha vigência antes da Revolução) havia retornado ao poder no país. Ou seja: o tempo dos revolucionários havia passado, e reinava a ideologia conservadora, subordinada à monarquia. Gostar de Napoleão, então, tornou-se de péssimo tom. Quem demonstrasse suas tendências revolucionárias teria sérias dificuldades em manter seus contatos sociais.
E é aí que chegamos no ponto central de O Vermelho e o Negro: a dissimulação de Julian Sorel. A fim de ascender socialmente, o jovem esconde suas verdadeiras idéias sobre a vida a fim de adaptar-se ao meio social. Ele chega a tornar-se padre, recebendo assim as graças e condecorações de seus superiores, ainda que seus ideais fossem inteiramente opostos à vida devota. Utilizando-se dessas táticas, Julian emerge de uma origem pobre e alcança os altos salões da aristocracia francesa. Não irei me dedicar aqui a comentar as suas táticas dissimulatórias com o sexo feminino – pois esse assunto renderia comentários o suficiente para outra postagem.
Assim, se o vermelho é a cor da revolução, dos ideais ousados e obstinados, a cor preta representa o conservadorismo; é a cor da batina – possível símbolo da instituição mais conservadora da História. Julian Sorel é uma contradição, assim como todo cafajeste: ele tem, em si, o vermelho e o negro, nitidamente opostos, mas que convivem por um objetivo maior: o seu triunfo na vida.
Agora, se ele chegou a triunfar... bem, para isso é preciso ler o livro. Não irei estragar o final! Provavelmente, o desfecho de O Vermelho e o Negro é o único momento onde Julian vive, realmente, o seu lado revolucionário – da pior forma possível.
por Paulo Irineu
Links para exemplares à venda de “O Vermelho e o Negro”
Confira mais sobre Stendhal em http://resenhasdiscolivros.blogspot.com/
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Os livros que quero ler este ano
O ano sempre começa com aquela tradicional lista de promessas e propostas para o ano novo - "vou estudar mais", "vou arrumar um emprego melhor", "não vou mais beber", etc. Como todo ano, eu não fiz promessa nenhuma, mas me dei conta de que nesse ano que passou eu acabei não lendo os livros que queria, e ainda pior: li pouco até.
Começando um ano e um blog novo, resolvi fazer uma lista dos livros que quero ler este ano. Inclusive você, que está lendo isto, pode também fazer uma lista dos seus cogitados. Acho interessante saber o que os outros estão lendo e o que querem ler. No ônibus e em outros lugares por aí, sempre me espicho pra tentar ler o título nas capas dos livros alheios. Então sinta-se à vontade.
Aí vai a minha lista. Não prometo que vou ler todos (claro, com tudo de livro que eu tenho pra colocar no site, e ainda pretendo fazer pelo menos uma cadeira na faculdade esse semestre... mas veremos) e até podem surgir outros livros que eu me interesse em ler, mas, por enquanto, é isso:
Contos Completos - Virgínia Woolf
Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márques
Ficções - Borges
O Médico e o Monstro - Robert Louis Stevenson
Verdade Tropical - Caetano Veloso
A Peste - Camus
A Náusea - Sartre
A Idade da Razão - Sartre
O Evangelho Segundo Jesus Cristo - Saramago
Ensaio Sobre a Cegueira - Saramago
Pretendo ir riscando um por mês, vamos ver se eu consigo...
Ana
Começando um ano e um blog novo, resolvi fazer uma lista dos livros que quero ler este ano. Inclusive você, que está lendo isto, pode também fazer uma lista dos seus cogitados. Acho interessante saber o que os outros estão lendo e o que querem ler. No ônibus e em outros lugares por aí, sempre me espicho pra tentar ler o título nas capas dos livros alheios. Então sinta-se à vontade.
Aí vai a minha lista. Não prometo que vou ler todos (claro, com tudo de livro que eu tenho pra colocar no site, e ainda pretendo fazer pelo menos uma cadeira na faculdade esse semestre... mas veremos) e até podem surgir outros livros que eu me interesse em ler, mas, por enquanto, é isso:
Contos Completos - Virgínia Woolf
Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márques
Ficções - Borges
O Médico e o Monstro - Robert Louis Stevenson
Verdade Tropical - Caetano Veloso
A Peste - Camus
A Náusea - Sartre
A Idade da Razão - Sartre
O Evangelho Segundo Jesus Cristo - Saramago
Ensaio Sobre a Cegueira - Saramago
Pretendo ir riscando um por mês, vamos ver se eu consigo...
Ana
Primeiro Estranha-se, depois Entranha-se
Atenção!
Antes de começar a falar de livros, filmes e outras manifestações culturais - temas a que este blog se dedica! -, sinto-me forçado a falar de um assunto mais premente, algo simplesmente inadiável e que a humanidade precisa compreender: a Coca-Cola vai substituir a água.
O sujeito fica pensando: puxa, a água doce está acabando, logo estará custando caríssimo e, para o pobre, o que irá restar? Eu respondo: Coca-Cola! Nos dias de seu surgimento, a Coca era um produto burguês bastante elegante. Na época, ainda se usava a semente de coca (Você não sabia que eles pararam de usar?! Agora é só xarope!) e também cocaína. Um pouquinho. Mas não se assustem, porque até mesmo Sigmund Freud aconselhava cocaína a seus pacientes, naquele tempo (aposto que você conhece essa história). De qualquer modo, vá se acostumando: sairá Coca-Cola das suas torneiras. Como dizia uma frase publicitária português a respeito da Coca-Cola, em 1927: "Primeiro Estranha-se, depois Entranha-se".
Bem, é evidente que eu estou de palhaçada, mas vamos ser francos: não é estranho que um líquido preto com bolhas faça tanto sucesso? Não passa de um xaropezinho xexelento misturado com água, mas veja você a expansão internacional da marca e a fortuna que se faz a partir dela. Se estou sugerindo que ainda há alguma droga na Coca que causa dependência? Não, imagine! Estou sugerindo que as pessoas são estranhas. E eu incluído.
Agora leiam isso:
"A indução ao consumo de coca-cola é tamanha que a propaganda nos ilude a um estado de satisfação e ecstase compapado ao uso de uma droga. E na verdade é uma droga que vicia e igualmente ao consumo de álcool, é difícil se desfazer totalmente para alguns. Por trás de todas as suspeitas, existem verdades espantosas... Procure se informar e DEIXE ESSE MAL de lado."
Hum... Encontrei isso em um blog por aí. Se ignorarmos o "compapado", o que nos resta? Uma baboseira! Acho hilárias essas pessoas que sacodem a bandeirinha "sou saudável" e que podemos encontrar freqüentemente* bêbadas e drogadas. Elas comem alface, porque faz bem ao intestino, e falam mal da comida industrializada, mas são as mesmas - quase sempre - que torram os neurônios usando maconha 3 vezes ao dia. O que eu estou dizendo? Que drogas são ruins e Coca-Cola é bom? Não! Estou dizendo que cada um se arruina como quer, e ninguém tem nada que ver com isso! E uma coisa é certa: Coca-Cola não vicia. É o mesmo que dizer que limonada vicia. E quanto à lavagem cerebral das propagandas... Bem, é nojento, mas só cai nela quem quer. Quem acredita que o marketing é forte demais para se resistir a ele provavelmente é muito fraco, e deveria cuidar de si mesmo antes de dizer à humanidade o que ela deve fazer.
Fiquemos com a opinião do poeta Décio Pignatari sobre a Coca-Cola. Ele não gostava, também, mas a crítica dele é admirável.
* Obs.: jamais abolirei a trema.
Paulo
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